sábado, 10 de outubro de 2009

Se Isto é um Homem

Autor: Primo Levi
Título original:
Se questo è un uomo
Editora: Editorial Teorema
Páginas: 180
ISBN:
9789726957829
Tradutor:
Simonetta Cabrita Neto

Sinopse:
Na noite de 13 de Dezembro de 1943, Primo Levi, um jovem químico membro da resistência, é detido pelas forças alemãs. Tendo confessado a sua ascendência judaica, é deportado para Auschwitz em Fevereiro do ano seguinte; aí permanecerá até finais de Janeiro de 1945, quando o campo é finalmente libertado.
Da experiência no campo nasce o escritor que neste livro relata, sem nunca ceder à tentação do melodrama e mantendo-se sempre dentro dos limites da mais rigorosa objectividade, a vida no Lager e a luta pela sobrevivência num meio em que o homem já nada conta.
Se Isto é um Homem tornou-se rapidamente um clássico da literatura italiana e é, sem qualquer dúvida, um dos livros mais importantes da vastíssima produção literária sobre as perseguições nazis aos judeus.


Opinião: Esta foi a primeira vez que tive contacto «directo» com a história dos campos de concentração Nazi e, consequentemente, do Holocausto - perdoem-me, desde já, o exagero que imprimi a esta minha afirmação. Com efeito, e sendo desde logo um simples ser humano, a leitura desta obra revelou-se angustiante e, em certos momentos, apeteceu-me desistir. No entanto, continuei e fui até ao fim. A meu ver, a leitura apresentava desde logo alguns problemas: para começar, as informações que são apresentadas em documentários e afins sobre o tema, têm subjacente, obviamente, uma visão negativa, prejudicial, pessimista e, acima de tudo, depreciadora da actuação dos Nazis (aliás, não poderia ser doutro modo). Assim sendo, nós já vamos para a leitura com uma construção mental pré-definida - detesto que isto aconteça.
Hiperbolizando o «factor humano» da obra, onde podemos ver como o comum
Häftling vivia/sobreviva numa continua angustia mental nos campos de concentração, a imagem que Primo Levi apresenta vai mais além. Podemos ver como a indústria de morte funcionava, as suas rotinas, as fugas mentais dos prisioneiros, o modo como estes eram separados e «marcados» consoante a nacionalidade, etnia, entre outros aspectos. No fundo, para mim, o grande contributo desta obra, para além, claro, de uma mensagem que deverá percorrer a humanidade para o resto dos seus dias, é a forma como demonstra por dentro o funcionamento de um campo de concentração e a continua "metamorfose" do ser humano. 
Classificação: Muito Bom (8/10 )

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