flicka:
As primeiras páginas agarraram-me de imediato como uma sanguessuga.
Noemi e Lorelei, duas raparigas da Terra, são atacadas por sujeitos bizarros. Inesperadamente, no momento de auto-defesa, elas transformam-se em algo diferente: Noemi num Anjo e Lorelei numa Sereia. E depois são “transportadas” para o outro mundo. Afinal, quem são elas? Que mundo é este? Porque é que foram atacadas? E quem são estes sujeitos bizarros? Nem elas sabiam! À medida que a história foi avançando, fui ficando cada vez mais surpreendida com a originalidade da imaginação do autor Fábio Ventura! A existência de um Deus e de uma Deusa. A construção paralela de dois mundos – o da Terra feito por Deus e o do Mundo Mágico feito pela Deusa. A junção destes mundos originou uma guerra catastrófica e, por isso, tiveram que erguer uma barreira entre eles. Só as seis Guerreiras possuíam esse poder. O ritual entre elas, para separar definitivamente os mundos, falhou devido à ausência e traição de uma delas. A barreira foi assim erguida, mas “com buracos”. Os humanos da Terra e os da Orbia podem ainda entrar em contacto. Foi o que aconteceu: surgiu a Sociedade Índico, uma espécie de grupo secreto entre alguns Humanos e alguns Orbianos. Descobriram que esta Sociedade tem um objectivo que é unir os dois mundos. E então, foi construído outro grupo formado por Orbianos – a Sociedade Escarlate, cuja missão é impedir o objectivo da Sociedade Índico. Noemi e Lorelei são Guerreiras renascidas...
Esta imaginação é a parte de que mais gosto e que me prende. E também achei fascinante a descrição do mundo Mágico, tais como a Triganja e a floresta das flores, assim como as próprias transformações físicas das três Guerreiras. Tem acção, mas é relatada com humor que me tem suscitado algumas gargalhadas.
Em relação às próprias Guerreiras, sinceramente, acho-as idiotas para serem heroínas. Tenho a sensação de estar a ler uma história a gozar com o heroísmo das mulheres, ou que o autor Fábio Ventura “anda a brincar” com elas. E além disto, tenho reparado que a relação entre elas não está bem desenvolvida, como seria de esperar, visto o autor ser do sexo masculino. Contudo, tenho achado bastante piada a elas, para variar!
E cá vou continuar a leitura conjunta até à página 295. Já estou ansiosa por saber o desfecho desta história. Onde estão as outras Guerreiras? E os artefactos Mágicos (um já foi encontrado!)?
Minha:
Confesso que se não fosse pelo facto de me ter comprometido a participar na leitura conjunta de "Orbias - As Guerreiras da Deusa" provavelmente não teria passado do 1º capítulo. Ainda assim, ultrapassado o impulso inicial de fechar o livro, em termos gerais, e tendo apenas em conta as primeiras 140 páginas, considero que a história em si é interessante. Infelizmente não me adapto ao estilo da narrativa, demasiado fluída e pouco (ou mesmo quase nada) densa. O que de melhor tem o livro é efectivamente a ideia em si. A história, como já referi, vai sendo construída com interesse crescente. No entanto, as personagens são demasiado «ocas» e infantis, o que é flagrante cada vez que o autor as coloca a discursar. Há considerações totalmente disparatadas, piadas que não tem graça e o leitor fica sempre com a sensação de que está perante rapariguinhas irritantes ao invés de jovens adultas que se preparam para enfrentar o maior desafio das suas vidas.
Eventualmente posso vir a mudar de opinião e talvez a apreciação da 2ª parte seja mais benevolente. Por agora sinto-me frustrada, pois esta é uma história que poderia dar origem a um excelente pedaço de literatura fantástica (ainda por cima made in Portugal) mas acaba por se revelar tão imatura como os 20 e poucos anos do escritor que a imaginou.
Espero estar redondamente enganada!
Tinkerbell:
O livro Orbias é constituído com uma ideia muito boa e até viciante.
Temos dois mundos: o mundo dos Humanos, sobre a responsabilidade de Deus e o mundo Orbias, sobre a responsabilidade da Deusa. Devido a um conflito entre eles, foi realizada uma tentativa de separar definitivamente os dois mundos por parte das 6 Guerreiras da Deusa. Este plano falhou quando no meio do ritual de separação dos mundos, se descobriu uma traição por parte de uma das guerreiras, o que resultou numa ainda presente coexistência de comunicação entre os dois mundos. Como as guerreiras falharam, activaram o ritual da reincarnação, que lhes possibilitou anos mais tarde reencarnar noutros corpos. E assim começa a história presente…
Temos duas jovens que um dia descobrem que são mais que meras adolescentes com problemas típicos da idade. Noemi é a reincarnação da bela Guerreira da Omnisciência, que se transforma num Anjo. Lorelei é a Guerreira da Vida que se transforma em Sereia. Ambas passam por uma experiência traumática para que se possam transformar, para Noemi pelo belo Sebastian, para Lorelei pela Cornélia.
Quando ainda estão a incorporar nas suas mentes todas as suas transformações a informação flui como uma corrente furiosa: é um novo mundo, magia que é real, passagens deslumbrantes, cidades estranhas, habitantes diferentes…tudo parece um filme de Hollywood para as personagens!
Com um poder vem sempre responsabilidades! E os seus poderes vão ser postos à prova pela Sociedade
Índigo (sociedade que quer manter os dois mundos conectados, constituída por Orbianos e Humanos) que quer destruir as Guerreiras da Deusa, que contam com o
apoio da Sociedade Escarlate (que se opõe à sociedade Índigo).
As duas guerreiras Noemi e Lorelei descobrem a Guerreira da Criação, Lily Violet e com a sua ajuda conseguem formar uma unidade mais forte…mas 3 Guerreiras ainda estão por descobrir.
O que dizer das personagens? Bem acho que até ao momento gosto mais de Noemi, pois penso que é a que nos transmite melhor o que a personagem que acaba de ver a sua vida transformada pensa, principalmente quando faz referência se as suas atitudes/pensamentos serão influência da alma da guerreira ancestral que vive nela (um corpo/duas almas). Penso que as outras têm atitudes muito infantis e que Lily Violet é daquelas pessoas de quem todos se afastam e pelos vistos parece não se importar.
Sebastian ainda não marcou a sua presença num plano profundo na história, mas tenho esperança num desenvolvimento mais presente desta personagem. Imagino as restantes Guerreiras como o equilíbrio que falta: mais maturidade.
Da escrita de Fábio Ventura devo dizer que gosto dos elementos descritivos na sua escrita, principalmente dos ambientes orbianos nos quais as personagens se deslocam (a cidade de Seabeau, a floresta das flores, o campo de triganjas…), são bastante visuais é como se eu estivesse em Orbias!
O livro tem uma base fantástica que poderá proporcionar um bom desenvolvimento à narrativa, pois a primeira parte é uma introdução que apresenta-nos as personagens e a história dos dois mundos. Aguardo a continuação!
ana c .nunes:
Gostei do princípio e até da Noemi, que é uma personagem forte e com "vida".
Os eventos sucederam-se num compasso certo, mas, ao princípio, as lutas pareceram estáticas e sem algo que as tornasse interessantes. A Lorelei foi uma personagem que me irritou bastante desde a primeira vez que apareceu, mas isso também é bom, porque significa que não lhe fiquei indiferente. Quando finalmente vieram as explicações, eu achei que até estavam bem compostas, mas as meninas aceitaram aquilo com demasiada facilidade. Achei que deviam ter mais conflitos internos e externos, com as pessoas que lhes deram as notícias.
Depois vieram os combates a sério e foi aí que comecei a não gostar muito porque os diálogos eram extremamente forçados e faziam-me lembrar a "Sailor Moon", o que até poderia não ser mau, mas numa história que se leva tão a sério, não ficou muito bem.
Uma outra coisa que também me deixou um pouco céptica, foj o facto de os humanos serem retratados como os "maus" da fita, enquanto os orbianos eram "da paz". Não gosto desse tipo de divisão que parece pouco verosímil.
Não obstante tudo isto, as personagens conseguiram ser interessantes e muito distintas, o que mostra que o autor tem um talento para isto e acho que é este o ponto forte do livro.
Eu já me adiantei muito na leitura e estou quase a chegar ao fim, mas vou dando a minha opinião por partes, como era suposto. O livro é difícil de largar, embora não seja nenhuma pérola da literatura, é suficientemente interessantes para manter o leitor interessado.