Por volta das 9h30 da manhã de 1 de Novembro de 1755, o dia de Todos-os-Santos, a terra tremeu em Lisboa, com tal intensidade que a engoliu quase por inteiro. O impacto desta catástrofe natural foi imenso. Embora se tenha perdido a feição medieval da cidade (e muitas riquezas irrecuperáveis), ganhou-se a baixa pombalina e o reordenamento funcional de uma urbe secular. O Terramoto também colocou Lisboa no centro do pensamento científico europeu, entusiasmando os percursores da moderna sismologia. Filósofos como Voltaire também se interessaram pelo fenómeno e pela primeira vez se equacionava a hipótese de o terramoto ser uma manifestação da natureza (e não da ira divina).
A passagem que aqui vos deixo, retirada da obra Candide, de Voltaire, testemunha essa nova crença na causa-efeito dos fenómenos que afectavam a vida dos homens que começava a ganhar forma entre os intelectuais do século XVIII, e que em muito contribuiu para o desenvolvimento do pensamento científico tal como é entendido nos nossos dias:
"Alguns estilhaços de pedra haviam ferido Cândido, que estava estendido no meio da rua e coberto de destroços.
- Ai! - dizia ele a Pangloss, consegue-me um pouco de vinho e de óleo, que estou a morrer.
- Este terramoto não é novidade nenhuma - respondeu Pangloss. - A cidade de Lima experimentou os mesmos tremores de terra no ano passado; iguais causas, iguais efeitos: há com certeza uma corrente subterrânea de enxofre, desde Lima até Lisboa.
- Nada mais provável - respondeu Cândido - mas, por amor de Deus, arranja-me óleo e vinho.
- Como, provável? - replicou - Sustento que é a coisa mais demonstrada que existe".
Aqui ficam outras sugestões de leitura para quem se interessa por este tema:
6 comentários:
(relativamente à tua pergunta no Lydo e Opinado)
JM, o «Sputnik, Meu Amor» foi o livro pelo qual comecei; na altura não tinha expectativas demais, talvez daí me tenha surpreendido tanto. Mas foi o livro que me cativou para as restantes obras de Haruki Murakami - e já que o tens aí, óptimo!
Mas a Patrícia aqui do blog, por exemplo, tentou o «Sputnik» e não gostou - mas ao ler «A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol» deu nota 10 em 10! Isto só para te dizer que, mesmo que à primeira não gostes do estilo, não desistas do autor ;)
Aproveito e deixo mais uma sugestão "Lilias Fraser" de Hélia Correia
Cumprimentos
Obrigada Paula =) Anotado!
Bjs**
Acerca do terramoto de 1755, sugiro as seguintes pérolas: "O Pequeno Livro do Grande Terramoto de Rui Tavares" e "A Voz da Terra de Miguel Real"
Obrigada pela tua sugestão Iceman. Já fiquei ainda mais curiosa :)
Bjs*
amei seu blog, vou ser seguidora, dele vio?hehehe
Há participa lá do Coffie & Movies.
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