Morreu Claude Lévi-Strauss - A cultura fica mais pobre

A morte de Claude Lévi-Strauss (n. 1908, Bruxelas), o expoente máximo da Antropogia Estruturalista, uma corrente que desenvolveu na década de 50 (e um dos maiores intelectuais do século XX, atrevo-me a dizer), deixa-nos culturalmente mais pobres.

Também professor e filósofo, Lévi-Strauss ficou irremediavelmente ligado ao Brasil e a uma das suas obras mais conhecidas, Tristes Trópicos, na qual descreve a sua vivência com os índios brasileiros. Foram inestimáveis para o desenvolvimento da antropologia as suas observações relativas às expedições que empreendeu no Panamá, Pantanal, Amazónia, Sertão, entre outras.

É também de assinalar a sua obra Mito e Significado, onde analisou as relações entre Mitologia e Ciência, Mitologia e História, Mitologia e Música, concedendo-nos uma outra perspectiva do mundo ocidental contemporâneo.

A extensão do seu trabalho, a profundidade das suas análises, a importância do seu ensino (École Pratique des Hautes Études; Collège de France, durante 30 anos; e ainda professor de Sociologia na Universidade de São Paulo, Brasil, de 1935 a 1939), fizeram de Lévi-Strauss um dos mais influentes intelectuais franceses do nosso tempo.

"O cientista não é o homem que fornece as verdadeiras respostas; é quem faz as verdadeiras perguntas" C. Lévi-Strauss